Para contribuir com a equipe de gênero é preciso entender profundamente a questão e ir além do dia oito de março
Com a chegada do Dia Internacional da Mulher, o tema equidade de gênero vira pauta constante de empresas, E-mails Marketing e longos textos no Facebook – no LinkedIn, então, nem se fala!
Entretanto, não só de flores e bombons se faz uma campanha de Dia da Mulher, não é mesmo?
E longe de dizer que não gostamos de ganhar rosas, tratamentos de estética ou qualquer outro brinde que nos homenageie neste dia.
Entretanto, no fundo sabemos que almejamos muito mais, principalmente quando se está dentro do ambiente corporativo.
O grande e real problema é que boa parte das empresas não compreendem a verdadeira representatividade do dia oito de março, comemorado mundialmente.
Portanto, colaboram com o estereótipo de gênero que é a feminilidade e diminuição do papel da mulher nesse universo.
Por vezes, as frases e brindes com boa intenção podem se tornar insuficientes para o ambiente ideal de diversidade em sua empresa.
Por isso, entenda como colaborar nesta luta com apoio, incentivo e geração de oportunidades!
O que é equidade de gênero?
O significado de equidade de gênero pode ter algumas interpretações, mas de maneira geral, é importante saber que esse conceito defende o tratamento igualitário entre homens e mulheres, especialmente em atividades de trabalho, uso de bens e serviços, oportunidades e repartições de maneira justa.
A equidade de gênero – ainda – não é uma realidade
Exatamente isso o que você leu: ainda não é! A realidade sobre a equidade de gênero é que ainda não vivemos em um mundo ideal – ou nem perto dele.
É claro que a situação já foi beeeem pior no passado e a militância por uma sociedade mais justa está extremamente mais forte atualmente, porém, não podemos afirmar que está bom assim, do jeito que está.
Para entender melhor, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou um levantamento dos anos de 2015 e 2016 sobre a desigualdade de gênero. Olha só!
- O estudo mostrou que as mulheres no Brasil são mais escolarizadas do que os homens, entretanto, ainda recebem salários mais baixos – a pesquisa relacionou o dado à segregação ocupacional das mulheres no mercado de trabalho;
- Ainda em nosso país, 62,2% dos cargos de gerência são ocupados por homens e 37,8% por mulheres (Dados de 2016);
- Mulheres que trabalham fora dedicam 73% mais horas para os afazeres domésticos do que os homens – portanto, acabam por terem menos horas de trabalho e, consequentemente, salários menores;
- Em 2017, um em cada dez deputados federais era mulher;
- Os dados de 2016 mostram que o rendimento mensal médio dos homens era de 2.306 reais, enquanto o das mulheres era de 1.764 reais.
Viu só? Apesar dos avanços, o caminho para a equidade gênero nesse grande universo dos negócios ainda é longo!
Desigualdade de gênero é um problema muitas vezes velado
As realizações femininas custam caro, como citou Sheryl Sandberg, COO do Facebook, no livro “Faça Acontecer”.
Isso porque, os desafios não param no aspecto salarial, não.
Quando a mulher atinge o empoderamento e deseja um crescimento profissional e pessoal, se depara constantemente com uma discriminação presente nas entrelinhas do dia a dia.
Em nossa cultura, a mulher que mira alto é vista como agressiva, muito ambiciosa, intolerante e mandona. É claro que por vezes, essas características podem ser positivas OU negativas.
Mas, de modo geral, no meio masculino, esses atributos são em grande parte das vezes vistos como positivos.
Ainda podemos citar os constantes desafios de lidar com falas interrompidas durante reuniões, a corrida desenfreada para provar-se capaz de fazer aquilo que faz e até mesmo assédios verbais e físicos.
Sim, acredite! Em pleno século XXI, ainda precisamos lidar com tudo isso.
E não podemos esquecer da carga emocional que uma mulher é capaz de carregar.
Sempre preocupadas com emprego, saúde, família e amigos, internamente ela precisa controlar os conflitos em ser multitarefas, sem falhar em nenhum aspecto.
Haja coração ser mulher!
Então, diante de tudo isso, ficou um pouquinho mais claro que é preciso cuidar do ambiente de equidade por aí, não é?
E que, apesar dos gestos de carinho com flores e chocolates, é mais do que necessário ir além e gerar incentivos e oportunidades!
A conquista da equidade de gênero pode estar mais perto
Tragam os chocolates, as rosas e os cupons de desconto nos salões de beleza, mas não se esqueça de que sua empresa precisa começar a ouvir, incentivar e proporcionar oportunidades de verdade!
Comece a mudança no recrutamento de sua empresa
Analise bem como é feita a seleção de candidatos para sua empresa e incentive a candidatura de mulheres, principalmente em cargos vistos como masculinos.
Além disso, é mais do que necessário apoiar suas funcionárias a almejar e concorrer a cargos de liderança.
Afinal, saiba que mulheres só aplicam candidatura para vagas de emprego quando preenchem 80% das qualificações, enquanto os homens aplicam quando preenchem 40%.
Escute o que diz uma mulher
Incentive também o diálogo sobre o empoderamento no universo corporativo e escute – de uma vez por todas! – o que as mulheres que trabalham com você têm a dizer.
Isso vale também de mulher para mulher, viu?
Uma dica bacana é possibilitar o networking, convidar grandes mulheres desse ambiente ou até mesmo uma coaching para ampliar o conhecimento e permitir melhorias no convívio.
Saiba que a responsabilidade também é sua!
Além do espaço para o diálogo, saiba que também é responsabilidade da empresa não tolerar atos de intimidação, competição feminina (isso também não é legal, viu?), lugares de fala ou em outras atitudes no dia a dia do seu negócio.
E não se esqueça de que subestimar assuntos como esse é um grande erro para a comunicação e sustentabilidade da sua empresa.
Você é fator fundamental para que haja equidade de gênero e um ambiente de diversidade favorável para todos!
O conhecimento é a chave do sucesso
Possibilite que as mulheres em sua empresa tenham mais autoconfiança e estimule a realização de grandes projetos. Para ajudar, ofereça cursos e capacitação adequada a elas.
Mas não fique por aí! Permita que homens e mulheres saibam reconhecer gestos que, em um primeiro momento podem parecer inofensivos, mas desestimulam mulheres e as diminui.
Exemplo disso é o Manterrupting, quando a mulher é constantemente interrompida por homens ao seu redor.
Já o Mansplaining, acontece quando um homem insiste em explicar a uma mulher algo que ela já disse ou alguma coisa bastante óbvia – como se ela não pudesse entender.
A equidade de gênero em sua cultura empresarial
Mais do que um conceito ou uma campanha do mês de março, o tema sobre equidade de gênero no universo corporativo precisa fazer parte de sua cultura.
Caso contrário, continuaremos a passos distantes de um ambiente mais justo para todos.
Portanto, caso você identifique os pontos que citamos em sua empresa, que tal contribuir para um ambiente melhor e diverso por aí?
Siga nossas dicas, escute quem está próximo a você e, claro, busque por um presente que vá além do bombom e das flores, beleza?!
Tenho certeza que você pode fazer melhor do que isso – mas as flores também servem. 🙂
Para começar, compartilhe esse texto e outras informações em sua empresa para mostrar a importância da equidade e faça da sua empresa um local mais humano e desenvolvido!
Depois volte aqui para me contar o que você tem feito por aí.