O empreendedorismo e o paraquedismo podem ser muito diferentes na prática, mas são duas ações com bastante em comum em sua essência
Dizem que a parte mais difícil em um salto de paraquedas é justamente pular do avião. Depois de tomar coragem e dar o pulo inicial, o saltador percorre um longo caminho que pode ser complicado ou mais tranquilo onde o objetivo é alcançar um ponto de chegada seguro, em terra firme. Isso é basicamente muito parecido com iniciar um projeto de empreendedorismo. É preciso tomar coragem e se arriscar para conseguir chegar até um ponto final planejado, e é importante saber que durante esse caminho podem aparecer alguns obstáculos não previstos que vão dificultar a chegada até ponto final, mas que podem ser superados.
Sobre a minha experiência
Eu sempre tive vontade de saltar de paraquedas. Confesso que a única coisa que me segurava era o medo de me arriscar ou de alguma coisa dar errado durante a queda. Há uns 2 meses atrás tomei coragem e decidi correr o risco. Foi uma das melhores coisas que já fiz na vida. Realmente, todo o processo de espera antes do salto me deixou bastante nervoso, e eu não parava de pensar no fato de ter que pular de um avião, mas quando eu comecei a conversar com as pessoas que já tinham saltado antes de mim, e percebi a sensação de felicidade e superação presente nelas, eu fiquei mais confiante e não via a hora de chamarem meu nome.
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Saltar do avião foi um processo tão rápido e tão simples de fazer que mesmo com toda adrenalina que eu estava sentindo, eu só precisei tomar iniciativa, criar coragem e pular. Durante toda a queda, eu pude vislumbrar muita coisa e esquecer completamente de todos os problemas. Aquele era um momento só meu, com minhas reflexões. O ponto de chegada já estava planejado e seguimos uma rota até ele. Alguns ventos mais fortes podem nos deslocar do caminho, mas com um pouco de cuidado e equilíbrio emocional, estamos de volta ao processo até a terra firme. É claro que eu sabia que estava correndo um risco, mas como qualquer outro projeto que iniciamos, é sempre bom ter um plano B. Uma segurança a mais, no caso do paraquedismo um paraquedas reserva. O meu salto ocorreu muito bem, valeu muito a pena ter corrido o risco e ter passado por uma experiência única como essa na vida, pois foi aí que eu percebi que tudo isso tem muito a ver com o empreendedorismo.
Acredito que a chave para se ter sucesso na vida é superar os seus medos e sair da zona de conforto. O pontapé inicial é sempre a parte mais difícil para as pessoas que pensam em abrir um negócio. Faça uma reflexão sobre as pessoas que pensam em iniciar um novo projeto, a maioria deles tem boas ideias que podem funcionar. O que falta é a coragem para se arriscar e executar o projeto. Há uma série de desculpas para adiar o empreendedorismo como:
- Não tenho capital suficiente;
- A ideia precisa ser melhorada;
- Preciso aprender para depois começar;
- Não há mercado consumidor para o meu negócio;
- Vou esperar o momento certo para começar, e por aí vai.
Existe uma força na natureza humana que nos faz buscar infinitas justificativas para ficar parado e não se arriscar, e isso é um grave erro.
Freud chamou essas dúvidas e medos persistentes de pulsão da morte ou Tânato, que representa a força destrutiva dentro da natureza humana que aparece sempre que consideramos algum caminho longo e difícil, mas que sabemos poderia trazer algo de bom para nós mesmos. Tânato é a unidade natural presente em todos nós que nos faz ceder e buscar um estado de calma, de não ação e de inércia. E ficar parado não te leva a lugar nenhum, então arrisque-se, crie coragem. No meu ponto de vista o único jeito de realmente começar alguma coisa é simplesmente sair da zona de conforto e começar a fazer. Depois do primeiro passo, do primeiro telefonema, o segundo passo se torna bem mais fácil.
“Empreendedores são aqueles que entendem que há uma pequena diferença entre obstáculos e oportunidades e são capazes de transformar ambos em vantagem”
Nicolau Maquiavel
Então comece a imaginar o empreendedorismo como um salto de paraquedas. Você precisa dar o pulo inicial e sabe que está se arriscando, pois não dá para prever o que pode acontecer durante o caminho, porém você deve imaginar um ponto que quer chegar. Pode bater um vento mais forte que fará você desviar da sua rota, ou o paraquedas não abrir. No entanto, como em todo projeto de risco, existe um plano B que vai te ajudar a voltar para o caminho certo. E se você perceber que aquela rota planejada não está funcionando tão bem, você pode se adaptar para um novo caminho durante o trajeto que te leve até o mesmo ponto de chegada.
A reflexão que eu deixo aqui é, se você acha que tem uma ideia boa e que ela pode trazer resultados, arrisque se, perca o medo e pule do avião. Pense quantas ideias boas não foram executadas por causa do medo. Não deixe que a sua seja uma delas e tome uma atitude, saia da inércia. Lembre-se também que a maioria das ideias boas não deram certo logo pela primeira vez, elas tiveram que ser revistas e adaptadas durante o processo de desenvolvimento. Bons empreendedores não têm medo de perder, pois sabem que cedo ou tarde eles vão alcançar o ponto final, em terra firme.