Acredite: os Rolling Stones têm algumas lições a nos ensinar sobre profissionalismo e empreendedorismo
Os Rolling Stones vieram ao Brasil passando pelo Rio, São Paulo e Porto Alegre e com nada menos que 54 anos de carreira (mais de meio século de experiência) eles continuam agitando o público e atraindo multidões. Mas, o que será que os setentões Keith Richards, Mick Jagger, Charlie Watts e o quase setentão Ronnie Wood (hoje aos 68 anos) possuem que ainda conseguem evocar a mesma energia e intensidade do público?
Deixe-me lhes dizer o que é que eles têm: eles têm o “rock”, meus caros.
O rock não é apenas aquela coisa sobre estilo musical, mas é muito mais sobre paixão, intensidade e entusiasmo. É a precisão da “rocha” (tradução de “rock”) que nos atinge em uma tacada só. E as pedras rolantes (tradução de “rolling stones”) são um tipo bem especial desse material rochoso. Se você quer se manter no mercado com a firmeza de uma rocha, então certamente há algumas coisas que você deve aprender com os Rolling Stones.
A primeira coisa é justamente sobre a paixão que emana daquilo que os Rolling Stones fazem. Você sabe, há um número incontável de velhas e novas bandas de rock por aí, mas o que torna algumas delas atemporais é sua capacidade de colocar entusiasmo e despertar sentimentos com aquilo que oferecem.
Não importam os contornos, as métricas e a técnica meramente, porque tais coisas podem simplesmente mudar entre os estilos, tempo e perfil dos grandes oásis da música, mas quando estamos lidando com sentimentos, então estamos realmente ultrapassando todos os limite da temporalidade. O entusiasmo numa obra irá sempre se conectar conosco, com nosso íntimo.
Por isso, se você quer empreender ou criar música ou vender meias, mantenha sim a motivação por aquilo que faz, mas também se entusiasme pelo que faz: crie com entusiasmo, venda com entusiasmo, suba o palco ou visite clientes com entusiasmo. Se você não vive para valer sua experiência com seu produto e serviço, e se nem você próprio se empolga com eles, quem é que vai se empolgar?
Sabe, os Rolling Stones não precisam mais subir ao palco os 70 anos: eles têm uma carreira incrível, ganharam lotes de dinheiro e ainda irão ganhar direitos autorais sobre o que produziram e que sobre o mantém seus rostos estampados em tantas camisetas, canecas e almofadas por aí. Eles realmente não precisam subir ao palco e poderiam usar um cardigan acinzentado e assistir TV pelo resto de suas vidas como nosso imaginário crê que senhores setentistas costumam fazer. Mas não parece que eles querem fazer algo assim. É claro que não, esses caras representam o “rock”. Eles vão até o palco porque há uma vontade que os move: eles amam aquilo tudo, por que raios parariam de fazer o que fazem?
No mundo profissional, também há essa necessidade para se construir uma carreira de sucesso: você pode ser motivado em seu trabalho, mas talvez isso seja insuficiente para se manter no mercado como um Rolling Stones. Veja:
Motivação vem do latim “movere” que significa o movimento para realizar uma ação.
É bom ter isso no mundo dos negócios? Claro, é excelente! Tenha motivação, mas entenda que ela não é o bastante para você chegar aos seus 70 anos e decidir ir ao trabalho ao invés de assistir Netflix no sofá. Creia, há alguns filmes muito bons para brigar com esse nosso “movere”.
Agora veja como o Netflix começa a perder pontos quando colocamos ele para brigar com estas outras duas palavras:
Paixão vem do grego “pathos” e significa sofrer, aguentar, suportar
Bem, isso parece mais intenso, não é? Embora os Rolling Stones não pareçam sofrer com o que fazem, essa coisa de resistência parece bastante real para esses caras. Mas, ainda não chega ao que eles imprimem no palco e o que tentamos buscar aqui para empregar na nossa atuação profissional. O Netflix ainda parece ganhar essa briga.
O que os Rolling Stones passam e tentamos entender é algo mais próximo disso aqui:
Entusiasmo: a palavra vem do grego “enthousiasmos” e significa possessão divina, algo como abrigar um Deus dentro de si.
Sinto muito Netflix, mas não foi dessa vez: não há como ganhar do entusiasmo…
Independentemente de crenças e descrenças religiosas de cada um, o que fica claro é que os gregos entendiam entusiamo como algo que não podia ser mensurado de nenhuma maneira pelas leis da física. Se você se lembra, há algumas fórmulas físicas sobre movimento (quando há espaço, tempo e velocidade envolvidos) e tal, mas então como nós poderíamos medir algo que integra uma possessão sobrenatural? Como medir aquilo que faz ascender um Deus dentro de nós?
O que faz um grupo como o Rolling Stones se manter ativo e satisfeito com seu trabalho é essa capacidade que o trabalho tem em despertar a “divindade”, o “sublime” dentro deles. Não é uma ação desconectada e nem uma resistência puramente, mas é uma vontade real de viver aquilo. É entusiasmo na sua acepção.
Se você deseja se manter no mercado like a Rolling Stones, o melhor é começar a atribuir entusiasmo em todas as suas ações profissionais. Desperte essa elevação dentro de si e comece a gostar de subir nos palcos da vida. E quando subir, seja tomado por uma potência maior que você em seu dia a dia e compartilhe uma parte disso com seu público consumidor. Afinal, eles também merecem desfrutar dessa melhor parte de você!